Engraçado como somos condicionados a olhar para a nossa própria vida, para a nossa família, amigos e para o nosso umbigo. Isso mesmo, somos muitas vezes tão egoístas que nos esquecemos que há um mundo a nossa volta, há pessoas que sofrem diariamente e não reclamam, que clamam por um milagre, talvez milagre da saúde, da comida na mesa, do emprego, da família.
Como disse num post antigo, a nossa dor sempre parece maior, mas se olharmos bem para fora da nossa janela vamos ver que nossa dor é mais uma, ou talvez ínfima perto de outras dores.
Hoje comecei a fazer exames clínicos para investigar se teve alguma causa para eu ter Síndrome HELLP, e estou fazendo esses exames no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto.
Primeiro acordei 7h tomei banho, me troquei, peguei meu carro e fui para lá, porque o hospital fica fora da cidade e demorei da minha casa até lá 30min (de carro). Cheguei lá e já tinha milhares de pessoas esperando por atendimento, por coleta para exame e emergência. Essas pessoas provavelmente tiveram que acordar muito mais cedo que eu.
Tive curiosidade de no estacionamento reparar as placas dos carros, e vi várias cidades de alguns Estados, a maioria veio de outras cidades procurando tratamento.
Andando até o local do exame fui olhando as pessoas, crianças, jovens, idosos e cada um deles deveria ter um problema diferente do meu, talvez mais grave ou talvez não, e no meio de tanta gente diferente percebi uma coisa, todos eles e eu tínhamos algo em comum: a ESPERANÇA.
Esperança da cura, esperança de resultados favoráveis, de respostas a tratamentos, de vagas para cirurgia, etc. Num ambiente em que eu poderia ficar triste, fiquei confiante que hoje é o 1º dia de esperança de muitos outros que virão.
É importante irmos nesses lugares, ver essas pessoas para darmos valor a nossa vida, as nossas coisas e a nossa família, porque podemos ter tudo, se não tivermos saúde esse tudo é em vão.
E para fechar esse post vou colocar uma frase que gostei muito..
"A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança" (Augusto dos Anjos).